terça-feira, 29 de setembro de 2015





         As surpresas de Foz do Iguaçu

     Já tinha visitado Foz do Iguaçu várias vezes, mas sempre me atendo as Cataratas e ao Parque das Aves e nunca a cidade propriamente dita. Embora seja apaixonado por cidades. Desta vez, não. Obedeci ao programa da excursão. E que surpresa!
   A primeira foi a Mesquita árabe Omar Ibn Al-Khatab. Com suas torres e seus minaretes, onde os muezin, convocam os fies as cinco preces do dia. Sobre a porta principal uns dizeres em caracteres árabes que mais parecem arabescos em ouro desenhados. Infelizmente não gravei a tradução, feita pela recepcionista.
A Mesquita foi inaugurada em 1983 e diz um folding que tem 1.248 metros quadrados de área construída. O que nos mostraram foi uma sala de 58 metros quadrados, decorada em azul e branco, com um piso demarcado para comportar um corpo humano ajoelhado, dobrado, pousando a cabeça no chão. Posição em que rezam os muçulmanos. Para entrar na Mesquita os homens têm estar descalços e as mulheres com a cabeça coberta.
Nos arredores da Mesquita ficam a Escola Árabe Brasileira e o Centro Cultural Beneficente Islâmico de Foz do Iguaçu. Construções grandes e creio que internamente bem instaladas para as suas finalidades. Isso, me levou a pergunta: existem tantos muçulmanos em Foz do Iguaçu, para usar tais instituições?

 Procurei, mas só agora com a ajuda de meu amigo Rafael, tive a resposta. Foz do Iguaçu tem uma população muçulmana de 5.599 pessoas, segundo o senso de 2010. Suplantada apenas por São Paulo, com 8.277. A sua Mesquita também é a segunda em área. Creio que esses números estejam defasados. Em cinco anos muito islaminhos devem ter nascidos e os conflitos étnicos e religiosos no oriente médio devem estar contribuindo para o aumento da população muçulmana no país. Principalmente de sírios dos quais muitos brasileiros descendem. Salaam Aleikum.


         Templo Budista de Foz do Iguaçu

A outra grande surpresa encontrada, em Foz do Iguaçu , foi a visita ao Templo Budista. Afinal de contas, já havia lido algumas obras sobre a China e comido alguns pratos de sua culinária. E ouvido depoimentos de famosos artistas brasileiros que dizem praticar o zembudismo, mas nunca imaginava ver nada igual.
O Templo inaugurado em 1996 e foi construído pelas comunidades chinesas da tríplice fronteira: Brasil, Argentina e Paraguai. Cobre uma área de 50 hectares. Nesse espaço vê-se o Templo Principal, de dois andares, onde localiza-se a Casa do Mestre. Arquitetura tipicamente chinesa.

Uma volta pelo gramado, ao redor do Templo, existe uma verdadeira exposição de esculturas representando as figuras dos mais representativos Budas da religião (ou filosofia?) chinesa. Por exemplo, a réplica em concreto do Buda Mi La Pu-San de sete metros de altura e da fileira dos 120 estatuas representando a encarnação de cada um dos budas, na terra. Figuras míticas. Coloridas. Perfeitamente esculpidas. Inusitado. Lindo.
Termino essas pequenas notas transcrevendo esse delicado poema de Wang Wei (701-761) publicado nos” Poemas Clássicos Chinese”, da L&PM, traduzidos por Sérgio Capparelli e Sun Yuqi:

‘Você que acaba de chegar
      do lugar onde nasci:
deve saber de tudo
       o que acontece.
Por favor
        antes de partir,
viu se na frente da janela com a cortina de seda
         a pequena ameixeira de inverno

já estava florida?”

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