terça-feira, 24 de novembro de 2015



Papoulas ou hibiscos?

Uma das exigências que me fiz ao mudar do Rio de Janeiro para Fortaleza, em 1978, foi morar numa casa com um pequeno quintal. Estava cansado de morar em apartamentos. Em Manaus sempre morei em casas. É claro, na época, não havia edifícios de apartamentos. Gosto de plantas. Queria voltar a cultivar algumas.
Minha mãe gostava de rosas. Consegui oito espécies. Eu me enamorei de papoulas. Até que um dia conversando sobre as ditas com minha amiga Clóris, ela me corrigiu dizendo que o que admirava não era papoulas e sim, hibiscos. Não gostei do nome, mas quem sou eu? Diante dos eruditos falava de hibiscos, entre os meus iguais, era papoula, mesmo.
Ao nota-las, no Rio de Janeiro, pensei que só existisse uma espécie – as vermelhas, simples. Ao chegar aqui vi que há uma variedade muito grande de cores e formas. Cheguei a cultivar doze espécies; brancas, vermelhas, rosa, amarelas, roxas, creme ora com tonalidades mais fortes ou menos, simples ou dobradas. Fotografei-as.
Curioso que sou, procurei saber se havia diferença entre hibiscos e papoula. Consultei mestre Houaiss e ele me disse que sim. A papoula é encontrada, principalmente, do Irã a China. É um alcaloide e dela extrai-se o ópio e a morfina, por exemplo. Já o hibisco é natural das regiões tropicais, também um alcaloide, usado em medicamentos e na extração de fibras e graxas. Há mais de 300 espécies.
Fui depois ao professor Google em busca de imagens, das duas. Há também uma grande diversidade de formas e cores. Quando li que dela se extrai uma espécie de graxa, lembrei-me que em épocas de vacas magras, como a que está se aproximando, elas, as “papoulas”, eram usadas pelos “duros de então” para lustrar sapatos. Graxa de estudante.
Larissa, mestra em informática, presenteou-me com o painel, que ilustra essas pequenas notas. Fotos das espécies cultivadas na casa 990, da Rua Pedro de Queiroz, Fortaleza, Ceará, Brasil, por este amazonense, de ancestrais nordestinos. Êta, cabra da peste!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Parati





Parati - relembranças

O filme é um curta-metragem, da década de noventa, transformado em DVD, nesses dois mil e tantos, por um dos participantes. Começa com uma panorâmica local: cidade de Parati. Época; anos noventa, ou mais precisamente, 1999. Há dezesseis anos, portanto. Que embora um dos atores nunca o tinha visto até dois anos atrás. São  três casais e um solteirão. Quatro arquitetos, duas donas de casa e um sem vocação. Todos já na faixa que a ONU chamava, na época, terceira idade.
O que os levou a reunirem-se em Parati? Creio que a necessidade de “falarem-se”. A amizade solidificou-se em frequentes reuniões desde que se conheceram, onde conversavam, discutiam, dançavam, namoravam e até casavam-se. Agora, um casal morava em São Paulo, o um em Fortaleza e os outros no Rio de Janeiro. Visitas rápidas, telefonemas não satisfazia. O encontro foi marcado.
O que os unia? Creio que as preferências culturais: literatura, cinema, teatro, música, fotografia (a prova é que no encontro havia uma câmera e três máquinas fotográficas). Penso que a amizade é um encontro de identidades.
O que fizeram nesses três dias? Além de admirar essa cidade incrivelmente fotogênica? Comer, dormir, tour pela baia, falar, falar, falar. Sobre que? Lembranças, rememorações, o que fizeram e faziam nas temporárias ausências. A vida de cada um. No final houve a promessa de novas reuniões, que não se realizaram.
Hoje, revi o filme. Foi emocionante. Pena que esteja faltando um. Senão eu iria sugerir uma nova reunião. O vídeo que estou mostrando acima é o da viagem. Acreditem - Parati é embriagante.


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