domingo, 17 de março de 2019


Carnaval Rio de Janeiro
Hoje, arrumando as estantes de livros, com a finalidade de conseguir mais espaço para os novos e dar baixa em alguns, que com certeza não  os lerei mais, encontrei este “Almanaque do Carnaval”, de André Diniz, e, com a proximidade da grande festa, comecei a ler aqui e acolá e acabei por constatar que testemunhei todas as fases da evolução do carnaval. E no Rio de Janeiro. Seu berço.
Quando cheguei nessa cidade, para morar, em 1948, (já havia visto o de 1945) ainda havia o “entrudo” sua forma original. A saída de blocos de sujo, os cordões, os ranchos, bailes, o corso na Avenida Rio Branco, depois na Getúlio Vargas, com arquibancadas de madeira, que fui alguns anos, até o Sambódromo, que nunca fui. Ah! o desfile do Cordão do Bafo da Onça e do Cacique de Ramos, na Avenida Rio Branco. De uma simples brincadeira de vizinhos e amigos é agora essa “opera aberta”, como a apelidaram, de fama internacional.
O carnaval passou de uma festa familiar a formação de grandes empresas que são as Escolas de Samba. Ocupam roteiristas (para bolar os enredos), compositores, marceneiros, pintores, aderecistas, costureiras/os, carregadores, cantores, músicos... o ano inteiro. Para a diversão de uma plateia inumerável de todas as nacionalidades e categorias sociais, os hotéis que o digam. Creio que, ainda assim, continua a ser festa mais democrática do mundo. Criando empregos e gerando dividendos para o país, não é a moleza que alguns rabugentos ainda o acusam de ser. Então, viva o Zé Pereira, que a ninguém faz mal.
Outra faceta do carnaval é que ele foi o veiculo criador de vários gêneros ou estilos musicais o samba, o samba enredo, a marcha-rancho, o frevo e as marchinhas, muitas delas tocadas até hoje em todas as manifestações de momo. Músicas compostas especialmente para essa festa contagiante. Creio que não foi composta para o carnaval, mas para os seus inimigos, podemos perfeitamente cantar estes versos da música de Caymmi, é só  fazer algumas adaptações:                    

 “Quem não gosta de “momo”
  Bom sujeito não é
  É ruim da cabeça
  Ou "de samba no pé".

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