As surpresas de Foz do Iguaçu
Já tinha visitado
Foz do Iguaçu várias vezes, mas sempre me atendo as Cataratas e ao Parque das
Aves e nunca a cidade propriamente dita. Embora seja apaixonado por cidades.
Desta vez, não. Obedeci ao programa da excursão. E que surpresa!
A primeira foi a Mesquita árabe Omar Ibn
Al-Khatab. Com suas torres e seus minaretes, onde os muezin, convocam os fies
as cinco preces do dia. Sobre a porta principal uns dizeres em caracteres
árabes que mais parecem arabescos em ouro desenhados. Infelizmente não gravei a
tradução, feita pela recepcionista.
A Mesquita foi
inaugurada em 1983 e diz um folding que tem 1.248 metros quadrados de área
construída. O que nos mostraram foi uma sala de 58 metros quadrados, decorada
em azul e branco, com um piso demarcado para comportar um corpo humano
ajoelhado, dobrado, pousando a cabeça no chão. Posição em que rezam os
muçulmanos. Para entrar na Mesquita os homens têm estar descalços e as mulheres
com a cabeça coberta.
Nos arredores da
Mesquita ficam a Escola Árabe Brasileira e o Centro Cultural Beneficente
Islâmico de Foz do Iguaçu. Construções grandes e creio que internamente bem instaladas
para as suas finalidades. Isso, me levou a pergunta: existem tantos muçulmanos
em Foz do Iguaçu, para usar tais instituições?
Procurei, mas só
agora com a ajuda de meu amigo Rafael, tive a resposta. Foz do Iguaçu tem uma
população muçulmana de 5.599 pessoas, segundo o senso de 2010. Suplantada
apenas por São Paulo, com 8.277. A sua Mesquita também é a segunda em área.
Creio que esses números estejam defasados. Em cinco anos muito islaminhos devem
ter nascidos e os conflitos étnicos e religiosos no oriente médio devem estar
contribuindo para o aumento da população muçulmana no país. Principalmente de
sírios dos quais muitos brasileiros descendem. Salaam Aleikum.
Templo Budista de Foz do Iguaçu
A outra grande
surpresa encontrada, em Foz do Iguaçu , foi a visita ao Templo Budista. Afinal
de contas, já havia lido algumas obras sobre a China e comido alguns pratos de
sua culinária. E ouvido depoimentos de famosos artistas brasileiros que dizem
praticar o zembudismo, mas nunca imaginava ver nada igual.
O Templo
inaugurado em 1996 e foi construído pelas comunidades chinesas da tríplice
fronteira: Brasil, Argentina e Paraguai. Cobre uma área de 50 hectares. Nesse
espaço vê-se o Templo Principal, de dois andares, onde localiza-se a Casa do
Mestre. Arquitetura tipicamente chinesa.
Uma volta pelo
gramado, ao redor do Templo, existe uma verdadeira exposição de esculturas
representando as figuras dos mais representativos Budas da religião (ou
filosofia?) chinesa. Por exemplo, a réplica em concreto do Buda Mi La Pu-San de
sete metros de altura e da fileira dos 120 estatuas representando a encarnação
de cada um dos budas, na terra. Figuras míticas. Coloridas. Perfeitamente
esculpidas. Inusitado. Lindo.
Termino essas
pequenas notas transcrevendo esse delicado poema de Wang Wei (701-761)
publicado nos” Poemas Clássicos Chinese”, da L&PM, traduzidos por Sérgio
Capparelli e Sun Yuqi:
‘Você que acaba
de chegar
do
lugar onde nasci:
deve saber de
tudo
o que acontece.
Por favor
antes de partir,
viu se na frente
da janela com a cortina de seda
a pequena ameixeira de inverno
já estava
florida?”
Gostei.
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