Caraças
Há dias vi uma reportagem na televisão
sobre a visita que um lobo guará faz toda noite (quando está com fome, é claro)
ao pátio do Santuário do Caraça, em Minas Gerais, para saborear os quilinhos de
carne, que os padres generosamente lhes oferecem. E, então, me lembrei da
visita que fiz a esse Santuário em 2002, numa excursão com alguns amigos.
O nome oficial é Santuário de Nossa
Senhora Mãe dos Homens. Fica situado num trecho da Serra do Espinhaço, cuja
altura varia entre 720 e 2070 metros acima do nível do mar., pertence ao
município de Catas Altas, Minas Gerais. Hoje, o Caraça é uma Reserva Particular
do Patrimônio Natural, por força do decreto 98.914, de 31/01/1990. O apelido de
Caraça é devido a forma da montanha que lembra a cabeça de um gigante, deitado.
A história do Caraça é um pouco
misteriosa e vem do século XVIII, portanto do Brasil Colônia. Conta-se que ele
foi visitado por D. Pedro I e a imperatriz D. Amélia e D. Pedro II e imperatriz
D. Teresa Cristina. Seu colégio teve pelo menos dois presidentes da república
como alunos: Afonso Pena e Artur Bernardes. Dizem que o pintor holandês.
Rugendas andou por lá, registrando-o em uma de suas telas. Me disseram, também,
que a Missa dos Quilombos, de Milton Nascimento, foi gravada nas dependências
da Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens.
A igreja em estilo neogótico tem belos
vitrais franceses (um padre nos mostrou enormes livros encadernados escritos a
mão em francês), um órgão em pleno funcionamento e o original de luma Ceia
pintado por Manuel da Costa Ataíde. Em 1968, um grande incêndio destruiu a
biblioteca, mas já foi completamente restaurada. A biblioteca conta com um
museu da vida colegial e um acervo livresco dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX.
Na noite que decidi
esperar o lobo, me frustrei. Fazia muito frio, ele demorou muito e eu fui
dormir. Soube da visita de manhã. Não tiveram coragem de fotografar? Acreditei.
Noblesse oblige. Uma das coisas mais gostosas da hospedaria é a cozinha. Fogão
de lenha, onde os hóspedes preparam, eles mesmos, o seu café. Os quartos são
muito simples, poderíamos até chama-los de cela: uma cama, uma pequena mesa e
uma janela que se abre para uma niemariana curva de montanhas, ainda cobertas
de Mata Atlântida. A escadaria da frente, o pátio e o jardim são no estilo
francês. Não fizemos as trilhas, preferimos visitar as cidadezinhas vizinhas:
Santa Bárbara e Catas Altas, nas quais existem obras de Aleijadinho.
Que bela região...
ResponderExcluirMilton
gostei muito
ResponderExcluirGostei muito Alberto! Beijos
ResponderExcluirDenise