Recife em três tempos
Castelo São João – Ricardo
Brennand.
Ricardo Coimbra de Almeida
Brennand, nascido em Cabo de Santo Agostinho em 27 de maio de 1927,
engenheiro, é o fundador do Instituto Ricardo Brennand. O istituto é
composto de três prédios: o castelo São João, a Biblioteca e a Pinacoteca. A
capela só abre no terceiro domingo do mês, quando é rezada uma missa. Esses
edíficios estão situados numa imensa area gramada, onde estão distribuidas
esculturas de vários artistas, estre elas o “A dama e o cavalo”, de Manuel
Botero, uma reprodução do David de Miguel Ângelo e dentro do prédio, o
“Pensador “ de Rodin.
Durante anos ele se
dedicou aos negócios da familía, fabricação de vidro, aço, cimento, porcelana e
açucar. Em 1999, vendeu a fábrica de cimento e com o dinheiro da venda
iniciou a construção do que é, hoje, o Instituto Ricardo Brennand, fundado em
2002. E, em cujas salas, podemos apreciar: móveis, tapetes, candelabros, lanças,
armaduras vestindo cavaleiros, arcas, baus, desde a Baixa Idade Média até o
século XX.
O Museu é considerado uma das
vinte maiores coleções particulares do mundo. Dizem que ele aos doze anos de
idade ganhou de um tio homônimo, um canivete e desde então começou a colecionar
armas, contabilisando cerca de tres mil peças, atualmente.
É o lugar ideal para estudar o
Brasil Holandês. A maior coleção de Frans Post, quinze quadros e tapetes sob
desenhos de Albert Eckout, artistas holandeses trazidos ao Brasil por Mauricio
de Nassau. Há numa vitrine uma edição de 1647, do livro “Rerum per Octenium in
Brasilia, de Gaspar Barleus, ilustrado por Frans Post.
É inusitado sair de Recife e
meia hora depois encontrar uma obra desse calibre. Uma visita imperdível!
Oficina de
Cerâmica - Francisco Brennand
Visita a “Oficina Cerâmica Francisco Brennand”, do escultor
e artista plástico, Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand
(11/06/1927), instalada no bairro da Várzea, no terreno onde funcionava o
antigo Engenho, depois a fábrica Cerâmica São João, onde nasceu o artista. Diz
o google, que:
“ Inicialmente, Brennand
acreditava ser a cerâmica uma arte utilitária, menor, e por isso dedicou-se
sobretudo à pintura a óleo. Entretanto, ao chegar à França, em 1948, deparou-se com uma exposição de cerâmicas de Picasso,
e descobre que muitos dos artistas da Escola de Paris haviam passado pela
cerâmica: além de Picasso, Chagall, Matisse, Braque, Gauguin, e sobretudo o catalão Joan Miró”.
A fábrica de cerâmica, fechada em 1945, ficou abandonada,
quase em ruínas, por muito tempo. Quando voltou da Europa e depois de aceitar a
ideia de que a cerâmica era uma arte maior, Francisco Brennad reconstruiu a
fabrica, aproveitando todas as estruturas existentes e com algumas
adaptações, estabeleceu o monumento que é hoje.
As esculturas de Brennand podem ser apreciadas também em
várias partes da cidade, principalmente no Marco Zero, onde se vê do
outro lado, o Parque Brennand, cujos trabalhos estão assentados na murada
construída sobre os arrecifes que defendem e dão nome a cidade.
Na década de 1970, Brennand
participou do Movimento Armorial, com seu velho amigo Ariano Suassuna, de quem
tinha sido colega de escola e ilustarador de seus primeiros poemas.
Creio que, hoje, o local,
juntamente com o Castelo São João, de seu primo Ricardo Brennad, é um
dos pontos turístico cultural mais importante da cidade do Recife. Possui mais
de 2.000 peças, espalhadas no corpo do estabelecimento e nos seus
jardins traçado por Roberto Burle Marx. Há também uma loja, a Bibliopolion, onde podem ser encontrados livros sobre o artista, peças
cerâmicas, cartões postais, serigrafias e uma lanchonete, chamada Cantina dos Deuses.
Enquanto as obras do Castelo foram todas adquiridas, as da
Oficina foram todas construídas pelo próprio artista. Só essas duas visitas
vale uma ida a Recife, vice!
Passeio de
catamarã - Rio Capibaribe.
A palavra capibaribe vem do tupi kapibara = a capivara; mais y = a água e pe = igual a em – “rio das
capivaras”. Nasce na serra de Jacarará, no município de Poção. Tem um curso de
248 quilômetros e banha 42 municípios. Atravessa a cidade de Recife. Deságua no
oceano Atlântico. A palavra Recife vem do árabe, arrasif , isto é, caminho pavimentado,
parede de apoio, dique, muralha, cais, segundo o Houaiss.
É uma bela opção para um fim de tarde. As suas margens
vê-se as esculturas de Francisco Brennand, nos diques, a fachada do cinema São
Luis, restaurado e em pleno funcionamento, a Praça das Princesas e o teatro
Santa Isabel... Passamos sob cinco pontes, inclusive a do Galo da Madrugada. O
chofer de taxi que nos serviu durante essa estada nos disse que Recife tem oito
pontes. No passeio, passamos sob cinco.
O rio Capibaribe foi motivo de um belo poema de João Cabral
de Melo Neto: “Cão sem pluma” e de “Evocação do Recife”, de Manuel Bandeira, do
qual, para terminar essas notas, eu invoco esse trecho:
............................................................................................
Do lado de lá era o cais da Rua da Aurora
-onde se ia fumar escondido
Capiberibe
- Capibaribe
Lá longe o sertãozinho de Caxangá
banheiros de palha
Um dia eu vi uma moça nuinha no banho
fiquei parado o coração batendo
ela se riu
Foi o meu primeiro alumbramento”
Cidade muito rica culturalmente. Vale muito conhecer.
ResponderExcluirMilton Figueiredo