Flashes do Rio
(26/04 a 03/05/2015)
(26/04 a 03/05/2015)
Num
desses últimos sábados, Angélica apresentou seu programa Estrelas, no Parque
Nacional da Tijuca, ou Floresta da Tijuca, como é mais conhecido, no Rio de
Janeiro. O almoço foi servido no local
chamado Mesa do Imperador. O convidado era o ator e chefe de cozinha, Rodrigo
Hilbert. Adepto da bicicleta, como esporte. Praticando-o justamente, ali.
Antes do almoço, porém, Angélica mostrou as
belezas da região, inclusive o mirante, chamado de Vista Chinesa. O mirante
fica a uns 380 metros acima do nível do mar. De lá, pode-se avistar o Cristo
Redentor, a Lagoa Rodrigo de Freitas, as Praias de Ipanema e Leblon e muito
distante o Pão de Açúcar. E grande parte da floresta, é claro.
De um
folding turístico soube que o nome Vista Chinesa, deve-se ao fato de que o
Príncipe D. João VI ter importado agricultores chineses, de Macau, para tentar
introduzir a cultura do chá, no Brasil. Fracassada a empreitada, alguns
chineses ficaram residindo na região. Dizem que Rugendas registrou a faina
desses chineses em algumas de suas telas. Será uma das que pedi emprestado ao
Google e usei como ilustração?
O
pagode, diz o folding, foi mandado erguer pelo Prefeito Pereira Passos, em
1903, em lembrança do fato e o projeto foi do arquiteto Luis Rei. É uma
argamassa copiando o bambu. Fui lá, com
um grupo de amigos, algumas vezes, na década de cinquenta. Por gentileza de
amigos, revi-o, agora, e porque não (?) bastante emocionado. De lá, tem-se uma bela
panorâmica desta inesquecível cidade.
*****
Nesses
oito dias de Rio de Janeiro, fizemos vários tours, guiados por Helena, a
piauiense mais carioca que muitos cariocas, que conheço. Fomos do Porto
Maravilha até a Ilha Pura, Cidade da Música, passando por novos túneis,
intermináveis trilhos de BRTs, guindastes, terra revolvida e tapumes, tapumes,
num verdadeiro delírio de criação e inovação. Ué! Pereira Passos
resuscitou? E nesses tours que começavam
as dez ou onze horas e terminavam as
dezesseis ou dezessete, naturalmente, almoçamos em restaurantes os mais
diversos.
Por
exemplo, o “Casa do Bacalhau”, no Meyer, no “Rancho Verde”, em Jacarepaguá, no
“Oficina do Peixe”, em Guaratiba e também, no “Berbigão” e “Caneco 70”, no Catete. E o que tinha de mais, nesses restaurantes? Em
todos fomos servidos por garçons cearenses.
No “Rancho Verde”, o “maitre” Luis é do Cariri. Todos declaradamente
satisfeitos, mas com saudades da terra. A carne de sol, a rapadura, o baião de
dois. Mas pelo jeito só voltarão para os seus cariris no último pau de arara. Ô
xente!
*****
Onde
vamos, agora? Helena então nos convida a visitar a cidade de Jerusalém, dos
tempos de Jesus. Um pouco surpresos, mas sempre confiando nas suas dicas, lá
fomos nós a Avenida Dom Helder Câmara, 2442, Del Castilho, Visitar o Centro
Cultural Jerusalém.
E foi
realmente uma grande surpresa. Trata-se de uma maquete, instalada em 730 metros
quadrados, da cidade de Jerusalém, na época do segundo templo. O templo foi
consagrado em 516 a.C após o retorno da Babilônia. A maquete reproduz com detalhes a arquitetura
das muralhas, templos, palácios, casas, jardins, construídos nos morros e
declives do terreno de então.
A
visita foi guiada por uma jovem que me pareceu uma estudiosa de história e não
uma simples decoreba. Explicava todos os espaços como o Palácio de Herodes, o
Tanque de Siloé e o Morro do Calvário, onde Jesus foi crucificado, com um tom
tão verdadeiro, que parecia uma guia mostrando o Porto Maravilha, hoje.
A
maquete pode ser vista no nível em que ela foi construída ou no alto, de um
patamar que a rodeia, numa visão superior. A guia ainda nos informa que as
pedras os mármores vieram todos de Jerusalém. Muito interessante, também, é que
a cidade (maquete) é apreciada de dia e de noite. Em certos momentos do
discurso da guia as luzes se apagam, as candeias das edificações se acendem,
podemos ver seus interiores, e a cúpula que cobre a maquete reproduz o céu da
época..
Foi
aí, quando as luzes se acenderam que, de repente, como num rápido flashback, eu
me lembrei do presépio de Natal, no porão da casa de D. Ilca, em Manaus, nos
anos trinta, do século passado. O som de um coral e o susto de me sentir duas
vezes fora do tempo presente. É uma visita que pode ser apreciada por crentes e
increus. Yeruchalaim!! Yeruchalaim !
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