quarta-feira, 16 de dezembro de 2015


            Parque do Flamengo

O jornal O Globo, do Rio de Janeiro, diz que no dia 17 de outubro de 1965, foi inaugurado informalmente o Parque do Flamengo, ou mais informalmente ainda, o Aterro do Flamengo. E que o solo é pobre, composto de uma mistura de granito, pedras e areia retiradas do desmonte dos morros do Castelo, Santo Antônio e Querosene, criando-se uma área de um milhão e duzentos metros quadrados, que vai do Aeroporto Santos Dumont ao Morro da Viúva.
Diz ainda que o espaço ganhou formas, cores, volumes e texturas graças a determinação de Maria Carlota de Macedo Soares, que convenceu o Governador da Guanabara, Carlos Lacerda a construir o nosso Central Park. Coube a Burle Marx o paisagismo e ao arquiteto Affonso Eduardo Reidy o projeto do Museu de Arte Moderna (MAM).
Da flora, no Aterro, estão representados espécies dos biomas brasileiro (mata atlântica, serrado, amazônia, caatinga), Sri Lanka, Ilhas Fiji, índia. Foram plantadas 17 mil mudas de mais de 300 espécies. Diz a reportagem que só ao redor do MAM podem se vistas mais de 200 espécies.
O Parque não tem linhas retas, combina com as curvas dos morros, das montanhas e das praias. Tem pistas de aeromodelismo, quadras esportivas, anfiteatro, teatro de marionetes, campos de peladas, pista de skate, Museu Carmem Miranda, a Marina da Glória e o Monumento aos “pracinhas” mortos na Segunda Grande Guerra. E mais recentemente o Teatro Vivo Rio.
A reportagem da qual tirei esses dados é de Ludmila Lima e Rafael Galdo e que me levou a década de sessenta, em que foi construído o Parque. Posso dizer que testemunhei a sua construção, pois nessa época morei no Flamengo, Rua Paissandu e todo fim de semana, de manhã, saia para ver os pescadores, com suas varas, linhas e minhocas, como iscas, na murada de pedras que construíram na orla,  substituindo a murada que havia antes do aterro. Não sei se pescavam peixes, mas com certeza levavam muitos baldes cheios de mariscos retirados de suas pedras.
Depois que me mudei para Fortaleza, toda vez que ia ao Rio me hospedava no Flamengo Palace Hotel, décimo primeiro andar, só para ver o Parque. Paisagem inesquecível. Desde o amanhecer até nas madrugadas quando os garçons dos vários hotéis da redondeza disputavam peladas, com uniformes, juízes e creiam - arquibancadas. Carlota deve estar lá de cima esbravejando com as autoridades cariocas que não estão cuidando do Parque como deviam. Ainda assim o Parque é uma das “flores raras, mas belíssimas”, que o Rio de Janeiro tem para nos mostrar. Vai, lá...


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