Parque do Flamengo
O jornal O Globo, do Rio de Janeiro,
diz que no dia 17 de outubro de 1965, foi inaugurado informalmente o Parque do
Flamengo, ou mais informalmente ainda, o Aterro do Flamengo. E que o solo é
pobre, composto de uma mistura de granito, pedras e areia retiradas do desmonte
dos morros do Castelo, Santo Antônio e Querosene, criando-se uma área de um
milhão e duzentos metros quadrados, que vai do Aeroporto Santos Dumont ao Morro
da Viúva.
Diz ainda que o espaço ganhou formas,
cores, volumes e texturas graças a determinação de Maria Carlota de Macedo
Soares, que convenceu o Governador da Guanabara, Carlos Lacerda a construir o
nosso Central Park. Coube a Burle Marx o paisagismo e ao arquiteto Affonso
Eduardo Reidy o projeto do Museu de Arte Moderna (MAM).
Da flora, no Aterro, estão
representados espécies dos biomas brasileiro (mata atlântica, serrado,
amazônia, caatinga), Sri Lanka, Ilhas Fiji, índia. Foram plantadas 17 mil mudas
de mais de 300 espécies. Diz a reportagem que só ao redor do MAM podem se
vistas mais de 200 espécies.
O Parque não tem linhas retas, combina
com as curvas dos morros, das montanhas e das praias. Tem pistas de
aeromodelismo, quadras esportivas, anfiteatro, teatro de marionetes, campos de
peladas, pista de skate, Museu Carmem Miranda, a Marina da Glória e o Monumento
aos “pracinhas” mortos na Segunda Grande Guerra. E mais recentemente o Teatro
Vivo Rio.
A reportagem da qual tirei esses
dados é de Ludmila Lima e Rafael Galdo e que me levou a década de sessenta, em
que foi construído o Parque. Posso dizer que testemunhei a sua construção, pois
nessa época morei no Flamengo, Rua Paissandu e todo fim de semana, de manhã,
saia para ver os pescadores, com suas varas, linhas e minhocas, como iscas, na
murada de pedras que construíram na orla, substituindo a murada que havia antes do
aterro. Não sei se pescavam peixes, mas com certeza levavam muitos baldes
cheios de mariscos retirados de suas pedras.
Depois que me mudei para Fortaleza,
toda vez que ia ao Rio me hospedava no Flamengo Palace Hotel, décimo primeiro
andar, só para ver o Parque. Paisagem inesquecível. Desde o amanhecer até nas
madrugadas quando os garçons dos vários hotéis da redondeza disputavam peladas,
com uniformes, juízes e creiam - arquibancadas. Carlota deve estar lá de cima
esbravejando com as autoridades cariocas que não estão cuidando do Parque como
deviam. Ainda assim o Parque é uma das “flores raras, mas belíssimas”, que o
Rio de Janeiro tem para nos mostrar. Vai, lá...
Nenhum comentário:
Postar um comentário