Nunca tinha ouvido falar em Nicanor
Segundo Parrra Sandoval, mais conhecido como Nicanor Parra, nascido em 5 de
setembro de 1914, no povoado chileno de San Fabian, morando atualmente em Las
Cruzes, a cerca de 100km de Santiago, com vista para o Oceano Pacifico. Que
belo, que deve ser!
E sim de sua irmã, Violeta Parra,
cantora e compositora, de quem muito se falou e ouviu nos anos da música de
protesto. Quem de certa idade não lembra de seus dois grandes hits na voz de
Mercedes Sosa: “Volver a los 17” ou “Gracias a la vida”? Que me há dado tanto,
digo eu.
Pois é, diz a reportagem, de duas
páginas de o Globo, de 7 junho, que ele é o poeta maior do Chile, várias vezes
cotado para o Nobel, e que o país se prepara para oferecer-lhe uma grande
festa, em setembro próximo, para comemorar o seu centenário.
A certa altura da entrevista, que ele
diz não costuma dar, informou ao
repórter Guilherme Freitas, (enviado especial a Las Cruces, para entrevista-lo),
que: “A grande questão da literatura é: como fazer uma frase? Parei de escrever
quando percebi que nenhum poema se compara às frases de uma criança. Agora o
que faço é anotar o que elas dizem.”
Nem acabei de ler esse trecho da
entrevista e fui logo ligar o computador e digitar no Google o nome de Pedro
Bloch, médico, fonoaudiólogo, teatrólogo, jornalista e escritor, ucraniano,
naturalizado brasileiro que nos anos 50 fazia grande sucesso com suas peças:
“Dona Xepa” e “As mãos de Eurídice”, monólogo representado por Rodolfo Meyer.
Não sei se é exagero do informador,
mas, ele diz que o ator o representou esse monólogo três mil vezes, que a ele
foi levada ao palco em quarenta e cinco países, com oitocentas mil
representações mundiais e que no Reino Unido foi produzida por ninguém menos
que Sir Sean Conery, o grande interprete dos primeiros 007.
Pois bem, Pedro Bloch não parou de
escrever, mas no seu consultório, começou a registrar frases ou intervenções de
crianças e publicou vários livros, contendo esses registros. Fez muito sucesso,
na época. Também me lembrei de Picasso, que teria dito que levou “toda a vida
aprendendo a pintar como uma criança”. Aprendeu?
Parabéns a Nicanor, parabéns ao Chile,
que sabe referenciar seus poetas, a quem, agora, ofereço a estrofe final de Gracias ha la
vida”:
“
...............................................................
Gracias a vida, que mi ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el
llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los materiales que formam mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo
canto
Y el canto de todos que es mi proprio
canto”.
Já li e vou comentar.
ResponderExcluirHB
Os chilenos serão tocados pelos deuses da poesia, eflúvios trazidos pelos ventos pacíficos que varrem a longa e fina costa. Será o extenso território da beleza que corre espremido entre paisagens marinhas e andinas. Uma inspiração? A lembrança de Pedro Bloch é oportuna, pois se há território de onde brota inesperada a poesia, é a criança, um pré homem que não se adivinha um sofredor e se crê um inventor.
ResponderExcluirAgora percebo melhor o que os poetas encontram na pureza da vida de uma criança,esperando que ela seja eterna para alimentar o belo sonho poético e salutar da inocência de viver e crescer sem medo e sem rancor.
ResponderExcluir