segunda-feira, 8 de agosto de 2016


Da leitura de uma entrevista que Jorge Luis Isidoro Francisco Borges Azevedo ou simplesmente Jorge Luis Borges concedeu a “Nicolau”, em 1984, dois anos antes de sua morte: ao ser perguntado por que destruía algumas de suas obras, respondeu: “Com toda razão William Butler Yeats observa: It is my self that remake (É em mim que me refaço); quando lhe foi perguntado por que publicava, deu a resposta que dera a Alfonso Reyes: “publicamos para não passarmos a vida corrigindo erros ”, e lhe diz “Tudo o que  publico é rascunho, porque todo texto é corrigível. Indefinidamente”..


Paulo Rónai, o húngaro que se naturalizou brasileiro, nos idos de 1940, conta num artigo intitulado "Como aprendi português", que, quando, ainda na Hungria, estudava o nosso idioma, o único escritor húngaro que ele conhecia e também estudava pótugueso era o escritor  Desidério Kosztolányi. E ouviu ele dizer que o português falado lhe "parecia alegre e doce como um idioma de passarinhos". E Ronái relata, no mesmo artigo, a dificuldade de entender o português falado de Portugal, onde esteve a caminho do Brasil e a alegria de ainda a bordo do navio que o trouxe, no cais, entender tudo o que lhe falavam em português brasileiro. E escreve: "O idioma quem aprendi em Budapeste era mesmo português!"
Ao ler o artigo no livrinho (o adjetivo se refere ao tamanho da edição) recém publicado pelas "edições Janeiro, sob o título de "Como aprendi português e outras aventuras",  em um dos artigos ele se perguntava onde estavam as consoantes, eu me lembrei de uma relação de palavras que fiz e cuja única vogal a ser pronunciada é o a. Por exemplo:   palavra, gargalhada, camarada, amada, sagrada, alada, sacada; casa, cama, fama, lama, dama, drama (estas seis usadas nas letras de dor de cotovelo do cancioneiro brasileiro) mana, garapa, cachaça...para! e saravá, Cara!
 Paulo Rónai foi, entre outros estrangeiros eruditos, um presente que a guerra de 39-45, nos presenteou. "Mar de histórias", organizado com o brasileiro, Sérgio Buarque de Holanda é um verdadeiro monumento erguido pelos dois. Grato, Gratas.

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